-A cultura do chá no Irã.
O chá (chai, em farsi) é parte intrínseca da cultura do Irã, que até 1935 era chamado Pérsia. Um dos maiores consumidores no mundo – assim como China, Japão, Rússia, Reino Unido, Turquia e Marrocos, é possível sentir o agradável aroma dessa maravilhosa bebida em todas as partes do país, das residências, barracas e lojas às salas de reuniões em empresas, tal é o apreço dos iranianos pela Camellia sinensis
No início
Tudo começou a partir do século XV, quando o chá proveniente da China passou a se tornar cada vez mais popular no Irã. Até então, a bebida mais consumida pela população era o café, mas a distância dos grandes produtores dificultava seu transporte e, por essa razão, o preço tornou-se cada vez mais elevado. Em 1889, porém, o país deu início ao cultivo de seu próprio chá graças ao diplomata iraniano Mohammed Milza Kashef Al Sataneh – que levou consigo milhares de mudas ao retornar da Índia para sua terra natal.
Um dos chás mais puros do mundo
Kashef Al Sataneh, assim, iniciou o cultivo na província de Giran, ao sul do Mar Cáspio, por conta do clima apropriado da região – e, logo, a produção se expandiu para Manzadran. A primeira fábrica foi criada em 1934 e, atualmente, há mais de 100 (a maioria localizada em encostas), além de fazendas com milhares de hectares que produzem chá preto de maneira ortodoxa. Vale ressaltar que o o chá iraniano possui ótima qualidade, e é considerado um dos mais puros do mundo.
Caracteríticas e hábitos
Os chás do Irã possuem uma variedade de sabores sutis, mas sua característica principal é a cor marrom-avermelhada. Devido ao seu amargor característico, muitos iranianos colocam um cubo de açúcar na boca, que derrete à medida que o chá é saboreado. Também é comum adoçá-lo com uma espécie de pirulito de açúcar, chamado nabât. Há, ainda, outro aspecto interessante nesse sentido, que é a utilização de copos de vidro para que seja possível avaliar se a concentração da bebida está adequada.
Samovar e châikhâne
Tradicionalmente, o chá iraniano é servido em um samovar, recipiente que mantém a água quente por longos períodos através um tubo cheio de combustível em seu interior. Criado na Rússia por volta do século XVII, o utensílio chegou ao Irã por meio de comerciantes que costumavam viajar entre os dois países. Outro aspecto emblemático são as famosas châikhânes, ou casas de chá, que existem desde os tempos antigos e vêm se tornando cada vez mais populares entre as gerações mais jovens.
Bebida oficial
Considerado a bebida oficial do Irã, o chá está presente no cotidiano da população – e é consumido em grande quantidade ao longo do dia, em todas as ocasiões, a ponto de se tornar parte indelével da cultura local. E, para todos os efeitos, pode-se dizer, sem medo de errar, que a melhor expressão de sua importância no país é, sem dúvida, o Museu Nacional do Chá no Irã, em Lajihan, que também abriga o mausoléu de Kashef Al Sataneh, denominado pai do chá iraniano.
Seja como for, o fato é que, a cada dia, aumenta o número de apreciadores de chá ao redor do mundo. E, a bem da verdade, não há muita surpresa nisso, já que a satisfação proporcionada pela degustação dessa magnífica bebida, seja durante uma pausa em meio a um dia atribulado ou mesmo para celebrar algum momento especial, é inigualável. E, agora que você começou o ano conhecendo um pouco mais sobre como a Camellia sinensis está enraizada na cultura de diversos países, fica a pergunta: já preparou seu chá especial hoje?
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